domingo, 27 de abril de 2014

Meu Senhor e Meu Deus!

Neste domingo de Pascoela e início da segunda semana de alegria, a primeira leitura diz-nos que os crentes, os primeiros cristãos viviam todos unidos e tudo tinham em comum, na partilha do pão quotidiano e nas orações.
No evangelho, escutámos falar sobre a casa que os discípulos habitam. É uma casa com umas portas fechadas, bem fechadas! Aliás, é a normal reacção ao medo. Perante ele, empregámos o verbo "fechar". "Fechar portas", "cerrar fileiras", "marcar distância", "construir muros" e "colocar arames"... é o espontâneo frente ao desconhecido.
Cristo Ressuscitado caminha com o povo que peregrina
O medo leva a "protegermo-nos". Quem não tem a experiência de se trancar? Dizemos que um doente está "acobardado" quando a doença parece que o domina, encontra-se sem futuro. É o que João nos diz dos discípulos. Eles "fecharam-se", "isolaram-se" daqueles que condenaram o seu Senhor.
Cada um sabe bem de quê e de quem se esconde. Cada de nós leva dentro de si os seus medos. Os medos e temores levam a "resguardarmo-nos", a pormo-nos a salvo!
É nesta situação que a Força de Deus aparece, para que o seu poder brilhe. Os que professam e proclamam que Jesus vive não são crentes intrépidos, são homens medrosos! Se neles resplandece a fé não é pela sua força é, antes, pela acção de Deus.
É-nos familiar a expressão: 'não sei onde fui buscar tantas forças'. Há momentos em que experimentamos que Alguém dentro de nós nos dá uma força que não sabemos explicar. Deus opera em nós coisas grandiosas que nos assombram; em primeiro lugar a nós mesmos!
Quando nos deixamos conduzir por Deus, o que parecia impossível torna-se possível. Talvez, não nos demos conta de que Deus continua a agindo na nossa vida: ressuscitando-nos e libertando-nos dos nossos medos que nos aprisionam!

Como sucedeu com os teus discípulos, também eu tenho momentos de medo.
Por vezes, deixo-me arrastar pelas dúvidas e esqueço-me da tua presença segura na minha vida.
Quando me afasto de Ti, quando me desoriento, quando não vivo uma entrega autêntica, a minha vida agita-se e envolvem-me as preocupações, até voltar a percorrer a vida conTigo.
Então recupero a confiança; Tu fortaleces a minha debilidade, enches-me com a tua paz e tranquilidade, recupero a calma perdida e a minha vida torna-se uma festa.
Nunca permitas que me separe de Ti, não deixes que duvide da Tua presença firme.
Não permitas que actue sem a confiança posta em Ti e no teu amor. ConTigo estou seguro!

«Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez dentro de casa e Tomé com eles. Estando as portas fechadas, Jesus veio, pôs-se no meio deles e disse: "A paz seja convosco!" Depois, disse a Tomé: "Olha as minhas mãos: chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e põe-na no meu peito. E não sejas incrédulo, mas fiel". Tomé respondeu-lhe: "Meu Senhor e meu Deus!" Disse-lhe Jesus: "Porque me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto!"» Jo 20,26-29

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