terça-feira, 15 de abril de 2014

Domingo de Ramos no Mosteiro

Mesa de serviço para a missa de Domingo de Ramos.
A celebração do Domingo de Ramos começou ás 12 hrs em ponto com a bênção dos ramos na esplanada do Hotel Sheraton El Paular.
Convém referir que esta cadeia internacional de hotéis têm, aqui no Mosteiro, um espaço alugado à comunidade beneditina e que presta o seu serviço aos turistas que desejam visitar este lugar. Pois, este mosteiro beneditino está inserido no que é chamada a estância turística de inverno da comunidade de Madrid (região de Madrid). Há também um lugar para a prática de ski, de caminhadas, de acampamento, de turismo rural.
O mosteiro, integrado nesta zona turística, com o hotel Sheraton El Paular, ajuda a que haja uma oferta mais amplia e mais próxima do religioso.
Interior da Igreja Conventual
com o retábulo único e original.
Após a bênção dos Ramos, iniciou-se a procissão deste dia. Foram cerca de 45 minutos de peregrinar na área envolvente ao Mosteiro. Entrou-se pelo claustro e finalizou-se esta procissão na Igreja conventual, onde se celebrou a Missa de Domingo de Ramos.
Esta celebrações foi animada pelo coro "Salve Mater", que é uma espécie de amigos dos Canto Gregoriano e amigos deste Mosteiro. Grande parte do cantos foram entoados em latim...
Presidiu o Prior, Pe. Miguel, beneditino. Concelebrámos mais três sacerdote comigo: o Pe. Joaquim, também ele beneditino, o Pe,  Graciano, que é diocesano de Madrid e que veio também ele realizar uma semana de silêncio; o Pe. Rodrigo que é diocesano de Ciudad Real e que está vivendo nesta comunidade beneditina, uma vez que se encontra em ano sabático.
Entrada ao Mosteiro
pelo Hotel.
Neste mosteiro vivem actualmente 7 monges beneditinos: para além dos dois sacerdotes beneditinos (o Prior mais o Pe. Joaquim), estão os dois monges Martin e Eulógio, dois  postulantes, José (que é o monge hospedeiro) e um que não sei o seu nome e um aspirante a monge, do qual também desconheço o seu nome.
Segundo rezam os anais da história deste mosteiro, foi fundado em 1390, quando se deu início à sua construção. Depois de 600 anos de história, foi "tirado" à Ordem Cartuxa (uma ordem monástica de vida contemplativa fundada por São Bruno de Colónia) pela compra de particular ao abrigo das famosas leis da desamortização de Mendizábal (período liberal, 1823).
Claustro com São Bento
ao fundo à direita.
Este mosteiro passou por uma fase negra. Neste época de administração de particulares, pois este tinham comprado o mosteiro ao Estado, uma vez que era um bem adquirido pela nação e que devia render. Se destruiu muitas peças valiosas, muitos produtos agrícolas foram oferecidos e desbaratados. Tinha uma enorme colecção de 54 quadros a óleo do famoso pintor Vicente Carducho (podem ver-las clicando aqui) que se perderam, que foram vendidos, entregues a museus. Enfim, como diz o dito, água o deu, água o levou!
Felizmente, graças ao esforço do Museu del Prado e várias fundações, quase 100 anos depois, regressaram aos claustros deste mosteiro. Actualmente, se podem apreciar, contemplar esta série fabulosa que nos conta a vida de São Bruno e da ordem por ele fundada no século XI.
Além do edifício monástico, este mosteiro possui uma grande porção de terreno cultivável. Segundo reza a história, os monges cartuxos trouxeram terra negra, própria para agricultura para os terrenos deste mosteiro.
A porta de acesso ao exterior.
Ainda hoje há uma enorme extensão agrícola, um grandíssimo jardim com plantas medicinas, que é fruto da colaboração de uma fundação com a comunidade beneditina aqui instalada. De notar que há um interesse por continuar a tradição "ora et labora" e buscar novas maneiras de dar uso a esta sabedoria monacal.
São Bento, quando fundou a sua ordem, buscava evangelizar a Europa pela dinâmica das 'duas mãos': com uma mão rezas e com a outra trabalhas. As actuais grandes cidades e os grandes centros do saber devem a este génio que foi São Bento o que hoje são.
A própria Europa desenvolveu-se devido aos numerosos mosteiros que se foram construindo um pouco por todos os pais. Pois na medida em que iam crescendo, atraiam e fixavam as populações. São Bruno, tomando a regra beneditina, seguiu este mesmo caminho, mas com uma variante no modo de viver: a vida monacal solitária.

«As multidões que tinham chegado para a Festa, ao ouvirem que Jesus vinha a Jerusalém, pegaram em ramos de palmeiras e saíram-lhe ao encontro, clamando: "Hossana! Bendito o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel!"». Jo 12,12-13

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