segunda-feira, 22 de junho de 2009

Mexico SOS, uma esperança

Há um ano, um empresário famoso da Cidade do México perdeu o seu filho num sequestro, coisa muito frequente nesta imensa cidade. Um ano depois, a sociedade reage criando um organismo de observação deste fenómeno para ajudar a criar uma cultura de mais vida e que leve os políticos e legisladores a proporem leis mais duras contra os sequestradores.
No passado mês de Junho, por causa das eleições federais e municipais, todos os candidatos quiseram que as suas propostas fossem aprovados por este organismo civil. Foi a campanha "o teu voto pelo meu compromisso pela segurança". Bem hajam iniciativas como estas. O fermento sempre transforma a massa...

«Um pouco de fermento faz fermentar toda a massa». Gl 5,9

domingo, 21 de junho de 2009

¡Hazlo por ti! = Fá-lo por ti!

¡Ahora es el momento! HAZLO POR TI", que em bom português significa "Agora é o momento! Fá-lo por ti. Quase que se pode comparar ao já famoso slogan comercial da marca desportiva Nike - Just do it.
No ano passado, a cadeia de televisão, "Televisa", promoveu uma campanha para melhorar os hábitos alimentares dos mexicanos. O objectivo era alertar para as consequências trágicas na saúde que uma má alimentação pode provocar, assim como, para o já debilitado sistema mexicano de segurança social.
Esta campanha promove a pratica do desporto; o cuidado de uma alimentação mais equilibrada, como factores decisivos para que os gastos médicos se reduzam e que os hábitos alimentares que tristemente são copiados dos irmãos "gringos" sejam alterados... Por exemplo, segundo dados oficiais, em média, um jovem em idade escolar consume diariamente 2,5 quilos de comida fast food... nem mais nem menos...
Por isso, "Fá-lo por ti!" é uma iniciativa interessante e que já começou a dar frutos... pelo menos em todas as aldeias e cidades do México, ao cair da tarde sempre se vê gente em grupos a caminhar ou a correr, assim como pelas manhãs... Hazlo por ti!

«Rezo para que tudo te corra bem e estejas de boa saúde como está bem a tua alma». 3Jo 1,2

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Eleições em San Antonio...

Estes últimos dois meses têm sido muito especiais... Três partidos lançaram-se à conquista da Câmara Municipal de San Antonio.
O PAN, Partido de Acção Nacional, de facção conservadora (de direita), actualmente no governo e que durante mais de 70 anos foi a oposição. O PRI, Partido Revolucionário Institucional, de centro-direita, partido que por mais de 70 anos governou o México e que é o fruto da revolução mexicana. Por último, o PRD, Partido Revolucionário Democrático, de esquerda, que nasceu nos anos 60. A vida política resume-se a estes três partidos.
O IFE, Instituto Federal Eleitoral, é o organismo que organiza, vigia e dá fé a todo o processo eleitoral mexicano.
No passado dia 5 de Julho, houve eleições municipais e para o governador em sete estados, em especial, no estado de San Luis Potosí. Este ano, as eleições decorreram de maneira organizada, ainda que os calores e a emoção, muitas das vezes, toldam a razão e o bom senso... viver este processo é como participar num Porto-Benfica... ninguém fica indiferente! A publicidade eleitor está por todos os lados! É impressionante a quantidade de posteres, de mantas, de chapéus, de autocolantes... e cada campanha termina com uma espécie de arraial minhoto! Não há como realmente!!...
No final dos resultados eleitores, o problema é que uns choram de alegria por que ganharam e vão "receber" os dividendos, enquanto que os outros choram de tristeza pelas dívidas acumuladas e produzidas pelo marketing eleitoral... como é o caso de Don Victor, candidato do PRD, que para pagar a festa do encerramento da sua campanha teve que mandar matar as suas dez vacas e, agora, o seu ganha-pão que era a venda do leite foi por água abaixo!!...Estes últimos dois meses têm sido muito especiais... Três partidos lançaram-se à conquista da Câmara Municipal de San Antonio.
O PAN, Partido de Acção Nacional, de facção conservadora (de direita), actualmente no governo e que durante mais de 70 anos foi a oposição. O PRI, Partido Revolucionário Institucional, de centro-direita, partido que por mais de 70 anos governou o México e que é o fruto da revolução mexicana. Por último, o PRD, Partido Revolucionário Democrático, de esquerda, que nasceu nos anos 60. A vida política resume-se a estes três partidos.
O IFE, Instituto Federal Eleitoral, é o organismo que organiza, vigia e dá fé a todo o processo eleitoral mexicano.
No passado dia 5 de Julho, houve eleições municipais e para o governador em sete estados, em especial, no estado de San Luis Potosí. Este ano, as eleições decorreram de maneira organizada, ainda que os calores e a emoção, muitas das vezes, toldam a razão e o bom senso... viver este processo é como participar num Porto-Benfica... ninguém fica indiferente! A publicidade eleitor está por todos os lados! É impressionante a quantidade de posteres, de mantas, de chapéus, de autocolantes... e cada campanha termina com uma espécie de arraial minhoto! Não há como realmente!!...
No final dos resultados eleitores, o problema é que uns choram de alegria por que ganharam e vão "receber" os dividendos, enquanto que os outros choram de tristeza pelas dívidas acumuladas e produzidas pelo marketing eleitoral... como é o caso de Don Victor, candidato do PRD, que para pagar a festa do encerramento da sua campanha teve que mandar matar as suas dez vacas e, agora, o seu ganha-pão que era a venda do leite foi por água abaixo!!...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ultreia... em San Antonio

Durante três dias, o pequeno município de Santo António vestiu-se com o seu melhor fato de gala. Também não era para menos... O ruído dos alegres e fortes foguetes ainda ecoavam nos ouvidos...
O motivo era a festa em honra de Santo António de Pádua, ou de Lisboa!!! É o mesmo santo!!! Não se confundam...
Na tarde de domingo, 14 de Junho, o termómetro marcava 45 graus e o sol estava no seu ponto mais forte. Por volta das duas da tarde chegou o autocarro com os fieis da paroquia de Nossa Senhora de Guadalupe. Vinham de: "O Pujal", "La Marina", "El Lobo", "A Cuiche", "O Pormenor", e "Tantizohuiche" da Cd Valles, e inundaram a praça municipal de Santo António com um colorido de alegria e fé. Pareceu-me um dia feliz de Primavera, pois todos os que chegaram traziam uma bandeira, ou um balão, ou um lenço colorido, dando assim um ambiente espectacular de Primavera a este domingo de calor infernal. Deste modo, o forte sol não conseguiu desanimar o entusiasmo dos que rapidamente começaram a subir a rua que os levava à Igreja Paroquial.
- "Norma, por favor, apontas os nomes, está bem? E tu, Neptalí, por favor, entregas também os crachás, certo?", Perguntava Reyna, cursista de Santo António, com um sorriso estampado no rosto e um misto de alegria e preocupação.
- "Claro", responderam-lhe.
- "Obrigado. Que lindo puder contar com o apoio de vocês ". - reconheceu.
Alguns minutos mais tarde, os primeiros cursistas, de El Pujal, apareceram na porta principal da Igreja de Santo António.
- "De colores!!", gritaram eles, como que dizendo "já chegámos!"
Em poucos minutos a igreja estava repleta de todas as cores da alegria, realmente, havia festa. Foi a festa "De Colores"!
Depois da apresentação e da música "De Colores", a presidente diocesana, Sra. Bertha, incentivando todos os presentes, falou sobre a importância de viver a dinâmica do crescimento na fé deste movimento seguindo os três passos: a reunião de grupo, a Ultreia paroquia e a escola de grupo.
Continuando com o programa, Elisa Cabrera, cursista de Santo António, fez a palestra sobre a necessidade de um ambiente propício para que cada cristão possa desenvolver -se plenamente. No final da palestra, foi cantado com muita alegria a música: "Você veio, Senhor Jesus!". Bem, realmente, olhando os rostos de todos nós podia-se afirmar que Jesus estava realmente presente. Como o centurião no Monte Calvário, penso que cada um também podia exclamar: "Em verdade, aqui no nosso meio está Jesus!"
As seis cursistas de San Antonio, - a Reyna, a Elisa, a Crecencia, a Esdras, a Guadalupe e a Guadalupe Neri deram o seu testemunho e partilharam as suas experiências.
Com algumas músicas alegres, deu-se inicio à marcha pelas ruas de Santo António. Todos nós fomos caminhando e cantando, dando vivas ao nosso grande amor: Jesus Cristo! E para comemorar, em seguida, celebrou-se a Santa Missa neste domingo, com a participação de todos.
Terminada a mesa da Eucaristia, tivemos a bela oportunidade de conviver com as novas cursistas, seguindo as pegadas dos primeiros cristãos, que com generosidade e com todo o coração, partilhavam os seus dons e qualidades, não excluindo os dons culinários...
Na verdade, foi uma bela tarde. Ou, como uma meia-voz, Elisa dizia: "Que imensa alegria enche meu coração!" ¡De Colores!

«Manifestei-vos estas coisas, para que esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja completa». Jo. 15,11

47 anjos!

Em Hermosillo, capital do grande estado de Sonora, que se situa na região norte do México e faz fronteira directa com os Estados Unidos, no passado dia 5 de Junho aconteceu uma verdadeira tragédia.
Eram as duas da tarde no jardim infantil ABC, as educadoras deitavam nos respectivos berços as últimas crianças, quando repentinamente uma autêntica chuva de fogo começou a cair-lhes em cima. Não podiam acreditar no que viam...
Como podem ver na imagem que se encontra do lado esquerdo, foi assim que aconteceu esta tragédia dolorosa. Diz aí que foram 44 miúdos mortos, mas infelizmente já subiu para os 47. O jardim albergava um total de 126 miúdos, inclusive bebés de 4 meses, filhos de gente trabalhadora. Uma vez que, este estado por ser fronteiriço é onde mais industrias americanas estabelecer-se por causa da mão de obra abundante.
Paz aos 46 anjos e consolo para os seus pais e famílias.

«Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; e não haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor. Porque as primeiras coisas passaram». Ap 21,4

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Marcha de Jovens - Pentecostes

- “Padre, os jovens da confirmação já estão preparados para a marcha...
- “Ah!.., Ok, Tomás, que bom... dá-me mais cinco minutos para organizar o que ainda falta, e saímos depois...
Tomás tem 45 anos, está casado com Catalina, têm cinco filhos e vive na comunidade de Altzajib, a qual se situa a uma hora e meia de distância de San Antonio. Isto se o caminho for feito de camioneta. Tomás e Catalina são os catequistas da confirmação desta comunidade.
Depois de vários anos doente, Catalina, como gesto de agradecimento a Deus, pela sua recuperação, decidiu oferecer-se como voluntária para catequista do curso da Confirmação. Tomás, vendo a dedicação da sua esposa, juntou-se a ela. Desde há dois anos, este casal, sábado atrás de sábado, partilham, analisam e debatem o catecismo com um grupo de 20 jovens.
No dia 31 de Maio de 2009, reuniram-se na Igreja Paroquial mais de trezentos jovens oriundos de todas as comunidades de San Antonio: Altzajib, Lejem, Colonia Altamira, Tanchahuil Centro, Tanchahuil II Sección, Cuechod, San Pedro, Pokchich, Patnel, Xolol e Tocoy.
À hora marcada, 11.30 horas da manhã, desfilaram pelas ruas e pobres avenidas desta pequena cidade. Tomás e Catalina levantaram-se às cinco da manhã e duas horas depois, concluídos todos os seus afazeres, foram à capela de Altzajib para esperar pelos jovens. Uma vez que tinham combinado sair para San Antonio às sete e meia da manhã. Como o tempo ameaçava chuva, mais vale sair cedo, porque existe a possibilidade de ficar encalhado no barro do caminho, pois o caminho entre Altzajib e San Antonio é de terra batida.
Na Igreja, já se ouviam os primeiros acordes das guitarras e o coro paroquial, quando os jovens de Altzajib chegaram com Tomás e Catalina. Antes da marcha, realizou-se uma assembleia de oração dirigida pelo movimento da renovação carismática católica. Ao terminar esta assembleia, muitas pessoas, da paróquia, estavam admiradas com o grande número de jovens presentes.
Meia hora antes do inicio da Santa Missa, organizados em quatro filas, estes trezentos jovens com lenços, balões, bandeiras e outras coisas parecidas, passearam pelas ruas de San Antonio, cantando e gritando que com a força do Espírito a vida ganha sentido. Tomás, com um misto de preocupação e emoção, veio chamar-me, a hora já ia avançada e era necessário dar inicio à marcha, até por que o sol ia subindo e a temperatura aumentando...
Como resposta ao pedido da conferência episcopal mexicana, realizada no passado mês de Abril, consagrou-se esta nação ao Espírito Santo. A sua oração foi lida, rezada e distribuída neste dia em todas as paroquias e templos.
Aqui, em San Antonio, os jovens, depois da Marcha, cantaram e declamaram esta oração de consagração, pedindo pela paz e segurança em todo o país. Nos últimos meses, este país, de norte a sul, tem sido varrido por uma onda de violência sem precedentes, fruto do narcotráfico. Todos os dias, é notícia que em determinada cidade houve um ataque de grupos armados; todos os dias há gente que é sequestrada. Contra esta espécie de terror diário, os bispos pediram aos católicos mexicanos que rezassem pela consagração ao Espírito Santo.
Como há 85 anos atrás, quando este país era devastado pela “Guerra Cristera” (guerra civil mexicana entre 1926 e 1929, que dividiu o país por causa das leis de separação entre a Igreja-Estado e que a igreja sofreu uma intensa perseguição, em especial os sacerdotes), os bispos, como resposta à perseguição que a Igreja sofria, consagraram o país ao Espírito Santo. Passados alguns meses, o Espírito Santo falou. A paz nasceu novamente neste país.
Assim, como há 85 anos, os bispos perante este terror resolveram consagrar, novamente, o país ao Amor deste Santo Espírito. Em todas as dioceses, neste dia de Pentecostes, efectuou-se a consagração do México ao Espírito. O objectivo principal foi pedir a paz, a segurança e o crescimento da fé no coração de todas as famílias mexicanas.
Os jovens de San Antonio, cheios de alegria, unindo as suas vozes cantaram ao Espírito Santo e gritaram numa só voz: “Vem Espírito Santo e dá-nos a tua Paz!”

«Quem diz que permanece em Deus também deve caminhar como Ele caminhou». 1Jo 2,6

Maio, mês de ... gripe, de "influenza" e outras influências...

Com um ar de uns sessenta anos, dobrados pelo trabalho duro do campo e a pele morena com umas manchas queimadas pelo sol ardente, próprio desta terra Huasteca, Alberto é um catequista da comunidade de “El Progreso”. Casado há trinta anos, pai de seis filhos, para ele explicar o catecismo aos jovens, que se preparam para a confirmação, é um verdadeiro prazer. E os jovens gostam de escutar-lo...
No passado dia 03 de Maio, que foi um domingo, aqui, no México, celebrou-se a Festa da Santa Cruz (é o dia de festa da Construção civil). Em todas as construções, havia cruzes por todo o lado. Por causa da “Influenza”, nome engraçado para esta gripe, não podemos celebrar a Santa Cruz na comunidade de Elipte, nem contar com a visita do Senhor Bispo de Ciudad Valles.
Continuando com a nossa história, o Senhor Alberto, como toda a gente da paroquia de San António de Padua, sabia que no dia 03 de Maio, como cada ano, nos reunimos na comunidade de Elipte para celebrar a Festa da San Cruz. Ficou de olhos 'semi-esbugalhados' quando chegou à Igreja paroquial e a encontrou de portas fechadas.
Mas mais admirado ficou, quando queria cumprimentar-me e lá lhe disse que não era recomendável cumprimentar de aperto de mão, por que o Ministro da Saúde tinha pedido que durante quinze dias não houvessem nem assembleias nem reuniões. Tudo para não se alastrar a propagação do vírus da gripe.
Depois de três de dedos de conversa, Sr. Alberto, com o seu sorriso maroto, perguntou-me: “Mas, ó Padre, é mesmo verdade isso que você me está a contar?” Não pode conter o sorriso... Com mais uns três dedos de conversa amena, lá intentei explicar que o que lhe dizia era verdade e que, por essa razão, não havia missa da Santa Cruz nem toque dos sinos... Depois desta conversa, e como tinha frisado que não havia toque dos sinos, então o Sr. Alberto, não muito convencido, lá me respondeu: “Bom, Padre, vou então para a minha casa rezar e pedir a Deus que não nos mande já o fim do mundo!!”...
Como podem dar-se conta os últimos acontecimentos nesta terra mexicana, uma vez mais, foram vividos e encarados por duas maneiras diferentes e quase antagónicas. Nas cidades, houve preocupação e algo de medo, o que fez com que a população seguisse as normas e pedidos insistentes do Ministério da Saúde: nada de reuniões, de assembleias, jogos de futebol à porta fechada e pela Televisão, concertos cancelados, festivais anulados, festas suspendidas... enfim, tudo para que o tal vírus não se propagasse, ou melhor, para que a epidemia não se alastrasse mais...
Assim durante quinze dias, a grande metrópole que é a Cidade do México ficou praticamente às moscas. Não havia serviço de metro, de transporte urbano. Imaginem que é uma cidade efervescente com mais de 20 milhões de um dia para o outro ser uma cidade quase fantasma. Contudo, esta atitude social traduz uma grande consciência de solidariedade e de bem comum; por causa desta epidemia provocada por este vírus houve inúmeros empregos que ficaram afectados, em especial, os vendedores ambulantes com as suas tendas móveis que pululam por todas as ruas e vielas da Cidade do México e que vivem do dia a dia.
Enquanto se vivia deste modo na Cidade do México, como também em quase todas as demais cidades mexicanas, em San António, sem escola nem mercado semanal por decreto do governador do Estado, a vida continuava o seu ritmo... Cada manhã, homens como o sr. Alberto, de catana e mochila do lanche às costas, subiam às suas parcelas para cultivar o milho, visto que a épocas das chuvas aproxima-se e o fiel amigo São Isidro Lavrador sempre traz as abundantes chuvas e a temporada dos furacões.
Por isso, passados uns dias, encontrei o sr. Alberto, de caminho para a sua parcela e meio a brincar, disse-me: “Já lhe posso dar um aperto de mão ou ainda?” Sorri e disse-lhe que ainda não, que era melhor prevenir do que remediar. Nos sentámos à sombra da árvore 'Froilán' e falámos um pouco da vida, de como vão as coisas... Do milho que vai perdendo o seu preço, do 'piloncillo' (açúcar de cana) que vai pelo mesmo caminho, dos livros, da roupa e comida que dia com dia vai subindo de preço... Conversámos sobre os jovens que já não querem viver em San António, por que a cidade os atrai, assim como também das eleições que se avizinham e que sempre trazem as eternas promessas por cumprir.
Depois de três quartos de hora em amena cavaqueira, despedi-me dele e decidi seguir o meu caminho em direcção à caminho de Cuechod. Enquanto caminhava, ia pensando para com os meus botões que, de facto, o México tem dois pulmões, no dizer de Octávio Paz: o citadino com o seu frenesim moderno e o indígena e rural, onde o tempo e vida se marcam ao ritmo do campo, das chuvas e das festas tradicionais e, felizmente e graças a Deus, os vírus e as epidemias têm medo de chegar.

«
Por isso, é necessário prestarmos maior atenção ao que ouvimos, para que não nos transviemos. Se, de facto, uma palavra pronunciada pelos anjos permaneceu válida e toda a transgressão e desobediência receberam a justa retribuição, como escaparemos nós, se desprezarmos tão grande salvação? Tendo sido primeiro proclamada pelo Senhor, essa salvação foi-nos confirmada pelos que a escutaram e foi testemunhada por Deus, por meio de sinais e prodígios, por diversas manifestações de poder e pelos dons do Espírito Santo, repartidos segundo a sua vontade». Hb 2,1-4