segunda-feira, 14 de julho de 2008

Desastre na Huasteca... Pedido de Auxílio



Na madrugada do passado dia 8 de Julho caiu uma tempestade tropical sobre Ciudad Valles.
Bairros inteiros ficaram submersos. Muitas pessoas perderam os seus haveres. As casas construídas com muito suor, lágrimas e muito sacrifício, foram "deslavadas" em poucos minutos sem aviso. Durante 24 horas, não houve telefone, electricidade, água potável, comunicação nula e caminhos cortados. A Ciudad Valles esteve fora do nosso mundo. Isto ficou gravado na retina dos que presenciaram, estupefactos e sem poder fazer nada, esta desgraça.
Passada a tempestade tropical, atípica, vem o drama humana e social: famílias que perderam os seus haveres, negócios que, literalmente, foram pela "água abaixo", dez pessoas falecidas, nas quais se encontra uma família inteira, estando a mãe grávida de seis meses; há ruas que deixaram de existir, ainda que os mapas digam que existem... enfim, um verdadeiro drama humano, em toda a sua extensão..
Partilho convosco uma história dramática vivida na primeira pessoa. Que talvez expresse melhor esta imensa tragédia do que as minhas palavras:
«Francisca (nome fictício) tem 32 anos. Com muito sacrifício, tirou a licenciatura de Educadora Infantil, enquanto ia trabalhando aqui e acolá... aos 28 anos, com o seu canudo na mão, calcorreou Valles, de fio a pavio, em busca de um emprego corente com o seu curso. Depois de três anos de trabalho temporário, sendo pau para toda a colher, conseguiu um lugar no sistema estatal de educação inicial. Era um sonho. Mas foi sol de pouca dura... ao fim de três anos, foi enviada para o fundo de desemprego mexicano (uma versão "mais dura do nosso luxo lusitano": isto é, vais para a rua sem direito a nada, e não protestes, perdes tempo e azeite. Infelizmente, assim é a política social neste país), porque não tinha filiação partidária.
Conhecia-a. Depois de alguns meses, encontrei-a a trabalhar numa loja de artigos religiosos. Isto porque a proprietária teve compaixão e empregou-a. "Tenho que lutar e não perder a esperança, Padre". Assim me desabafou. Estava poupando cada centavo ganho para construir um mini-jardim infantil (o que sempre sonhou ter e, assim, realizar-se profissionalmente!). Na passada quarta-feira, triste dia da tempestade tropical atípica, Delia ficou sem nada de nada... a sua casa foi totalmente "lavada" pelas águas negras que a inundaram. O pouco que tinha foi com a água...
Via-a no sábado. Cumprimentou-me, desejou-me um feliz aniversário, mas notei que no seu canto do olho uma lágrima teimava em cair...
Por fim, como quem já sabia a resposta, mas que queria ouvir na primeira pessoa, perguntei-lhe: "Como estás, Francisca?"
"Viva, Padre." - respondeu-me - "Nem sabe como tenho agradecido a Deus por estar viva, Padre!", continuou.
De imediato, senti no estômago um murro: Na verdade, os pobres evangelizam-nos...»
Casos como estes há muitos. Resta-me acrescentar que Francisca é catequista na sua paroquia. Vive a sua fé com amor e alegria.
Talvez seja este o segredo da sua esperança. Eu penso que sim...

Venho por este meio pedir a todos vocês, meus amigos, que se querem ajudar todos os danificados desta tormenta, que poderão enviar o seu donativo para:
Nome do Banco: Banco Espírito Santo
Número de Conta: 6024 3674 0006 NIB: 0007 0602 00436740006 30
IBAN: PT50 0007 0602 0043 6740 0063 0
Em nome de todos os afectados, de antemão, lhes agradeço. Que Deus lhes multiplique em paz, saúde e amor.
«Não fiqueis a dever nada a ninguém, a não ser isto: amar-vos uns aos outros. Pois quem ama o próximo cumpre plenamente a lei. De facto: Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, bem como qualquer outro mandamento, estão resumidos numa só frase: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo. Assim, é no amor que está o pleno cumprimento da lei». Rm 13,8-10

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