domingo, 26 de outubro de 2008

Dança dos "Parachicos" de Chiapas, uma lenda viva...

O estado de Chiapas é conhecido pela sua beleza natural, pela sua rica e complexa história, pela sua terra fértil. Aí vivem, desde tempos pré-hispânicos até hoje, os vários grupos étnicos Tzotzil, Tzeltal, Tojolabal, Choles, Zoques e Chiapas.
Conta a lenda, profundamente enraizada na emoção dos chiapanecos (de Chiapas, o grupo maioritário), que no meio da seca e da fome, os aldeões receberam um ilustre viajante. Uma senhora disse o motivo da sua viagem: o seu filho sofria de um estranho mal que lhe manietava o movimento das pernas. Ela tinha procurado os mais renomeados médicos, mas sem conseguir recuperar a saúde do seu filho, assim que decidiu visitar vários locais remotos em busca da cura para o rapaz.
Quando lhe falaram dos curandeiros de Chiapas, decidiu consultar o curandeiro mais famoso que habitava o monte 'Namandiyuguá' (que significa Cerro Brujo), que após examinar o garoto prescreveu uma porção feitas à base de ervas. E, ordenou ao rapaz que tomasse banhos no rio Cumbujujú (que quer dizer: onde há abundância de javali) para completar o tratamento.
Sem duvidar como o general Namaah, a mãe correu para os locais indicados e fez o tratamento, e para seu espanto e alegria também, como um milagre, o rapaz começou a recuperar a mobilidade nas suas pernas.
Gratos, mãe e filho regressam à sua cidade natal, e desde aí, como mostra de agradecimento, enviaram gado e grandes quantidades de cereais para aliviar a crise que se abatia então em grande parte da população de Chiapas.
Ordenou o abate de uma vaca por dia na praça e a distribuição de alimentos entre a população. Em Janeiro, no dia de São Sebastião, Dona Maria, assim se chamava esta senhora, mandou o filho ficar de pé e em tronco nu como o santo, de promessa para que nunca mais houvesse fome ou dificuldades para o povo chiapaneco.
Anos mais tarde, ambos regressaram a esta região, e viram que a situação tinha mudado. Com a chegada de um novo ano, os chiapanecos, para recordar esta visita, fizeram uma representação de uma senhora e um jovem, mascarados e que vão caminhando pelas ruas da cidade, rodeados pelos seus "agentes" que vão distribuindo alimentos, simbolicamente.
Actualmente, não existem dados para provar a veracidade desta lenda. Os cronistas não a mencionam, mas a história -com algumas variantes- é retida na memória do chiapanecos.
Tive o privilegio de ouvir a historia e apreciar a dança. Na foto se vê os dançantes...

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