domingo, 27 de janeiro de 2008

Dia 1: 22 de Janeiro de 2008

O toque da alvorada foi às sete e meia.
Às oito da manhã, celebrámos a oração de Laudes.Às nove, o pequeno-almoço, bem mexicano: huevos rancheros com frijolitos... isto é, ovos vaqueiros com feijões... não há como um bom pequeno almoço para começar bem e com muita energia um retiro... As irmãs querem que estes 'padrecitos' espiritanos não passem fome para não terem visões mirabolantes... Santa Teresa de Jesus dizia: quando uma irmã tem visões demasiado místicas, melhorem rapidamente a dieta alimentar!!! De preferência, dêem-lhe um bife!!!
Às dez da manhã, tivemos o primeiro encontro espiritual, onde podemos 're-fontalizar' a nossa espiritualidade espiritana: lemos e meditamos no nosso texto de ouro que é a citação de Lucas 4, 16-19: «Veio a Nazaré, onde tinha sido criado. Segundo o seu costume, entrou em dia de sábado na sinagoga e levantou-se para ler. Entregaram-lhe o livro do profeta Isaías e, desenrolando-o, deparou com a passagem em que está escrito: "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano favorável da parte do Senhor"
Na verdade, o trabalho, as ocupações diárias, as múltiplas e diversas actividades pastorais, às vezes, fazemos 'esquecer' esta dimensão importantíssima e vital na vivência da nossa consagração missionária e sacerdotal.
Ainda bem que temos estes momentos de “kairós” espiritual.
Depois deste primeiro encontro, cada um de nós teve a oportunidade de, no silêncio acolhedor da casa de retiro, viver um momento de oração e meditação pessoal.
À uma da tarde, celebrámos juntos a Santa Missa. No coração do dia, oferecemos juntos a acção de graças ao Nosso Deus e partilhámos juntos a Sua palavra.
Depois de partilharmos o pão eucarístico, tivemos a refeição principal.
Ao início da tarde, por volta das quatro da tarde, tivemos a segunda 'charla', isto é, o segundo momento de reflexão, subordinada ao tema: “Gratuitidade do Amor de Deus”.
Iniciámos este momento a ler brevemente o texto de 1Jn 4,7-10.
Realizámos esta abordagem tendo sempre como pano de fundo, a experiência de fé de PP. Cláudio Poullart des Places e Francisco Libermann, fundadores da nossa congregação.
Pessoalmente, encantou-me, uma vez mais, voltar a saborear a espiritualidade dos nossos fundadores e assim regressar as raízes das nossas vocação espiritana e missionária.
Às sete e meia, tivemos mais um momento de oração: as vésperas. É sempre entusiasmante, reconfortante rezar com a Igreja e como Igreja. Sentir o cantar do irmão e juntar as nossas pobres vozes para agradecer a Deus pela nossa vocação, vida e comunidade espiritanas. A mim, pessoalmente faz-me vibrar o coração quando tenho a possibilidade de rezar como comunidade o Ofício Divino (o breviário).
Terminado este momento, fomos ao refeitório, onde podemos fraternalmente partilhar uma frugal ceia.
Após esta, o silêncio envolveu a casa de retiro e penso que Orfeu visitou-nos...

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